Novos começos - Parte 1
- Igreja El Shaddai
- 7 de jul. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de set. de 2021
Como estamos iniciando os estudos neste Blog, quero compartilhar com vocês o entendimento bíblico de algo que está começando. Talvez hoje, alguém sinta o desejo de recomeçar, devido a perdas recentes ou antigas. A Bíblia é, e sempre será, resposta e ensino em qualquer situação...Então vamos lá!
O que a Bíblia diz sobre novos começos, ou, talvez, recomeços?
Mateus 9:16 - Ninguém coloca remendo novo em roupa velha; porque o remendo força o tecido da roupa e o rasgo aumenta. 17. Nem se põe vinho novo em odres velhos; se o fizer, os odres rebentam, o vinho derramará e os odres se estragaram. Mas, põe-se vinho novo em odres novos, e assim ambos ficam conservados”.
Impressionante como os ensinamentos de Jesus são tão atuais, por maiores que fossem os confrontos aos religiosos da época, hoje as mesmas palavras fazem todo sentido para nós. Este texto pode ter muitas interpretações, porém hoje não falaremos de religiosidade, mas sim de um propósito prático dentro e fora do contexto em que até ensino foi inserido.
Dentro do contexto, Jesus come com pecadores e discursa sobre salvação aos perdidos, mas seus opositores tentam mostrar que existem regras religiosas (jejum) que não podiam ser dispensadas para um homem de Deus. Jesus concorda, mas revela que existe um tempo certo para todas as coisas, e que só viveremos a plenitude disso se decidirmos começar de novo!
Mas como saber empreender um novo começo? Simples, esvaziando-se de tudo o que for velho. Você sabia que existem algumas casas que não conseguem mais serem reformadas? Há tantos remendos na sua estrutura que o melhor resultado é derrubar e começar de novo!
Deus está falando em novos começos, onde será necessário derrubar para começar de novo. O termo novo em hebraico é “chadashim”, muito usado para os novos imigrantes em Israel, cujas portas se abriram para que eles possam fazer negócios e viverem como cidadãos daquele lugar.
“Chadashim” significa portas se abrindo, e estas portas se abrirão na nossa direção, mas ninguém pode entrar por uma nova porta se não estiver disposto a enfrentar os desafios do outro lado.
“Chadashim” fala de um novo começo em um novo território, não fala de remendo, fala do novo, não podemos mais ficar remendando as situações, remendos duram apenas um tempo e não transmitem a excelência de Deus!
Voltando para o discurso de Jesus, o odre velho não suporta a fermentação natural do vinho, pois está ressecado. Sua dureza não resiste à propriedade do que é novo. Por isso, existe uma dureza de coração que não suportará o novo de Deus, nem conseguirá experimentar os novos começos. Uma auto análise diária deve sempre levar-nos a compreender e visualizar se não estamos ressecados por dentro. O pior tipo de envelhecimento que existe é na alma. A alma envelhecida se torna incrédula, questionadora, crítica e superficial no âmbito espiritual.
Veja o que diz o salmo 95, dos versos 7 a 11: “Porque Ele é o nosso Deus, nós somos o povo do seu pastoreio e ovelhas conduzidas por sua mão. Tomara que escuteis hoje a sua voz: “Não endureçais o vosso coração, como em Meribá, e ainda como aquele dia em Massá, no deserto, quando vossos pais me desafiaram e me puseram à prova, embora tivessem visto meus grandes feitos! Durante quarenta anos permaneci irado contra aquela geração e declarei: “Este é um povo de coração ingrato, que não reconhece meus caminhos’. Por esse motivo jurei em minha revolta: ‘Essas pessoas jamais entrarão no lugar do meu repouso!”
Vamos entender o contexto a que se refere o salmista: O povo havia saído do Egito e peregrinou pelo deserto em direção a terra prometida. Três revoltas foram geradas neste tempo, os espias que murmuraram da terra (Números 13:25-33), a rebelião de Datã, Coré e Abirão (Números 16: 31-33) e um novo tumulto que culminou com a morte de mais de 14.000 pessoas (Números 16: 41-49).
Essas rebeliões foram frutos de uma mente ainda presa no velho, no Egito, na escravidão. Era necessário uma mudança de mente, Deus então estabelece a herança sacerdotal, florescendo a vara de Arão e seus filhos, para que houvesse ensinamento para o povo. A mesma responsabilidade até hoje dos sacerdotes, ensinar os princípios. Por isso, precisamos de aprofundamento nas Escrituras, assim, teremos uma mudança de mente (termo grego metanóia) para entrarmos no descanso do Senhor.
Neste mesmo período (não conseguimos precisar o tempo cronológico - kronos - exato), Miriã, a profetiza e irmã de Moisés, morre e o povo entra em murmuração novamente. Reivindicando: cereal, figos, vides, romãs e água.
Cada um desses elementos se refere a uma necessidade básica suprida por Deus:
- cereal - representa provisão pelo trabalho (pois era a única oferta entregue a Deus sem derramamento de sangue). Deus supre isso em 2 Co 9:10 – dá semente ao que semeia e pão ao que come.
- figo – representa doçura – Jó 36-11 (dias de delícias para quem serve a Deus).
- uva – vinho é a doutrina e a alegria – João 15:11 – através da Palavra nossa alegria será completa.
- romãs – do hebraico “rimon” – significa sino – um alerta ao pecado. No judaísmo as 613 sementes, representam os 613 mandamentos ou provérbios chamados de “Mitzvots”, presentes no livro sagrado, a Torá.
- água – tem o sentido de lavar-nos e purificar-nos. Jo 19:34 – de Jesus saiu sangue para redenção e água para santificação.
Tudo o que o povo reivindicava, já era promessa de Deus, mas o Criador percebeu que não só a mente estava endurecida e ressecada, mas o coração também. Como livrar-se disso?
Continuamos no próximo estudo deste blog, onde veremos os termos gregos empregados por Jesus neste ensino.
Deus abençoe,
Pr. Carlos Henrique Trote
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